REPOSITORIO PUCSP Teses e Dissertações dos Programas de Pós-Graduação da PUC-SP Programa de Pós-Graduação em História
Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/26096
Tipo: Tese
Título: “Por que kamña matou Kiña?”: a retórica indigenista estatal, a FUNAI e os Waimiri-Atroari (1967-1988)
Autor(es): Mähler-Nakashima, Henry Albert Yukio
Primeiro Orientador: Avelino, Yvone Dias
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo investigar, sob uma perspectiva decolonial, as ações da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) durante o recorte que vai de sua criação, em 1967, passando por quase todo período da ditadura (1964- 1985), até 1988, quando a chamada Constituição cidadã, com seu artigo 231, enfim, reconheceu as populações indígenas como detentoras de culturas específicas. Até então, elas eram consideradas em situação de “transitoriedade” que, ao serem “civilizadas” – que significava serem inseridas na comunhão nacional -, deixariam sua condição de “índio”. Nesse recorte histórico, a FUNAI, uma autarquia criada para substituir o antigo SPI (Serviço de Proteção aos Índios), atuou em nome dos direitos dos povos indígenas ao mesmo tempo que cumpriu a função de garantir os interesses econômicos e desenvolvimentistas do Estado em regiões tradicionalmente habitadas. Essa mediação entra no que chamei de retórica indigenista estatal, um discurso – consequentemente, ações - que defendia as leis indigenistas, mas sob condicionantes ocidentais e colonialistas. A relação da FUNAI com o povo chamado de Waimiri-Atroari ilustra bem o caso. Pois, a partir de 1968, quando se iniciou os estudos para a construção da rodovia BR-174, que veio a cortar seu território, a autarquia precisou “atraí-los” e mantê-los “pacificados”, mediar a entrada de empresas de mineração e a construção de duas hidrelétricas em seu território, até que em 1988, uma empresa passou a participar da administração da T.I. Waimiri-Atroari. Esse processo gerou entre esse povo indígena o questionamento “Por que kamña (branco, civilizado) matou Kiña (autodeterminação Waimiri-Atroari)?”, o que essa tese busca responder
Abstract: The present research aims to investigate, from a decolonial perspective, the actions of FUNAI (National Indian Fundation) during the period that goes from its creation, in 1967, through almost the entire period of the dictatorship (1964-1985), until 1988, when the so-called Citizen Constitution, with its article 231, finally recognized indigenous populations as holders of specific cultures. Until then, they were considered to be in a situation of “transience” which, by being “civilized” – which meant being inserted into the national community – they would abandon their condition of “Indian”. In this historical context, FUNAI, an autarchy created to replace the former SPI (Indian Protection Service), acted on behalf of the rights of indigenous peoples while, at the same time, fulfilled the function of guaranteeing the economic and developmental interests of the State in traditionally inhabited regions. This mediation enters into what I called "State indigenist rhetoric", a discourse – with consequently, actions – that defended indigenist laws, but under western and colonialist conditions. FUNAI's relationship with the Waimiri-Atroari indigenous people illustrates the case well. From 1968, when studies began for the construction of the BR-174 highway, which came to cut the Waimiri-Atroari territory, the autarchy needed to “attract” them and keep them “pacified”, mediating the entry of mining and the construction of two hydroelectric plants in their territory, until, in 1988, a company started to participate in the administration of the Waimiri-Atroari Indigenous Land. This process generated, among the Waimiri-Atroari, the question “Why did kamña (white, civilized) kill Kiña (Waimiri-Atroari self-determination)?”, a question which this thesis seeks to answer
Palavras-chave: Waimiri-Atroari
Povos indígenas
FUNAI
Decolonialidade
Ditadura
Waimiri-Atroari
Indigenous People
FUNAI
Decoloniality
Dictatorship
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Sigla da Instituição: PUC-SP
metadata.dc.publisher.department: Faculdade de Ciências Sociais
metadata.dc.publisher.program: Programa de Estudos Pós-Graduados em História
Citação: Mähler-Nakashima, Henry Albert Yukio. “Por que kamña matou Kiña?”: a retórica indigenista estatal, a FUNAI e os Waimiri-Atroari (1967-1988). 2022. Tese (Doutorado em História) - Programa de Estudos Pós-Graduados em História da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2022.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/26096
Data do documento: 8-Abr-2022
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em História

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Henry Albert Yukio Mahler Nakashima.pdf20,48 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.